Trajetórias, espaços e repertórios de intervenção política

Sinopse: Na trilha da abordagem que pode ser definida como de uma sociologia política das intervenções militantes, este livro trata dos condicionantes sociais e históricos que pesaram no desdobramento de trajetórias (individuais e coletivas) de agentes que atuaram em movimentos de resistência ao regime militar no Rio Grande do Sul.
Para tanto, entre outros aspectos que foram investigados, destaca-se a apresentação de dados sociográficos; a descrição das inserções em distintos espaços de atuação, especialmente em diferentes organizações de esquerda, clandestinas ou não; a explicitação de “causas” defendidas e disputadas pelos protagonistas; a sistematização de padrões de carreiras seguidas; e a reflexão em torno do trabalho de memória acionado em eventos de consagração geracional e nas entrevistas realizadas.
Permitindo observar que as inserções inaugurais, notadamente nas décadas de 1960 e 1970 de estreantes no jogo político, contribuíram para a produção de um sistema comum de referências que está em constante redefinição nos movimentos interdependentes entre parceiros e adversários, empresas coletivas e investimentos pessoais. Isto é, mesmo que espraiados por domínios de atividades diversos – e muitos deles encontram-se relativamente bem alocados, principalmente nos domínios políticos e culturais –, os militantes estudados se reconhecem como contemporâneos de embates comuns e, sobretudo, configuram relações que se atualizam e podem ainda se constituir num dos principais recursos de luta detidos.