A moça do internato

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Autora: Nadiêjda Khvoschínskaia

Tradutor: Odomiro Fonseca

Sinopse: Quais eram as perspectivas da mulher na Rússia, na segunda metade do século XIX? Como era retratada a mulher na literatura russa naquela época? E, sobretudo, como era essa representação, elaborada por uma escritora?
Em sua novela "A moça do internato" (1861), Nadiêjda Khvoschínskaia traça uma imagem histórico-sócio-cultural da Rússia de então, que passava por mudanças significativas, recriando em sua narrativa a tensão entre o espaço delimitado pela sociedade patriarcal e suas convenções para a mulher - a educação (formal ou doméstica) para se submeter, a casa ou o campo, o casamento - e a promissora transformação da personagem feminina, tanto a ficcional e sua parte na História, rumo à insurgência em busca da emancipação.
Em um contexto em que a imposta (pre)dominância masculina na sociedade e na literatura cerceava mulheres de se sobressaírem, e, mesmo entre os "progressistas", criavam-se verdadeiros tratados sobre a mulher sem lhe dar espaço real, enquanto ela pensava, escrevia, criava, lutava, silenciada, Khvoschínskaia antecipa a crítica social em relação à subjugação das mulheres e expõe a possibilidade da mulher que transpõe a ordem vigente e desafia a sociedade patriarcal, construindo, antes de autores russos consagrados, uma personagem que, acima de tudo, traz o potencial de transformação dentro de si.
A metamorfose de Liôlienka (protagonista, e, sobretudo, criação artístico-literária de uma mulher), que, no processo de conscientização de sua força transgressora para conquistar a liberdade por si só, mostra sua voz própria, rompendo inclusive com seu vacilante mentor-instrumento, Veretítsin - constitui uma metáfora da luta das mulheres por uma verdadeira emancipação, na prática, ao longos dos séculos.

Sobre a autora: Nadiêjda Dmitriêvna Khvoschínskaia, nascida em primeiro de junho de 1822, no interior da província de Riazan. Nasceu em uma família da nobreza rural empobrecida e, quando ainda era adolescente, seu pai foi vítima de uma calúnia por desvio de verba no serviço público e foi condenado ao pagamento de 15 mil rublos – praticamente toda a fortuna da família. Ela viveu na província de Riazan até a velhice, tendo viajado a Moscou e São Petersburgo com alguma frequência durante diversos períodos de sua vida, mas só nos últimos anos resolveu se mudar, após a morte de sua mãe, quando foi para São Petersburgo, já em 1884. Nadiêjda Khvoschínskaia consagrou 47 anos da sua vida ao labor literário, observando atentamente o movimento das correntes estéticas e políticas do país.

168 páginas - 14x21 - ISBN 9788580490534