Projeto Varsul - Variação Linguística no Sul do Brasil - 36 anos

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Organizadora: Cláudia Regina Brescancini

Isbn: 978-65-5778-046-6                              

Sinopse: A VI Jornada do Projeto Varsul, Variação Linguística no Região Sul do Brasil, realizou-se em novembro de 2020 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, dando continuidade às edições anteriores. A Jornada contou com trabalhos distribuídos em três focos: Banco de Dados, Variação e Mudança no Português, Sociolinguística e Ensino.
1 – Banco de dados
(a) O capítulo de Raquel Meister Ko Freitag (Ufal) analisa o projeto Varsul quanto a seu planejamento. Considerando-o acervo linguístico e não o banco de dados, apresenta sugestões para consolidar-se como banco.
(b) O capítulo de Heliana Mello (UFMG/CNPq) trata de aspectos pertinentes à compilação de corpora de dados orais, considerando três aspectos: planejamento, organização da equipe e disponibilidade. Toma por referência o projeto C-Oral-Brasil, que tem por objetivo analisar a fala espontânea do português brasileiro.
2 – Variação e mudança no português
(a) O capítulo de Elisa Battisti (UFRGS/CNPq) e Rodrigo Lerner Gutterres (UFRGS)  tem por tema a variação do tipo três/trêis, analisada em dados de Porto Alegre-RS via Teoria da Variação. Constatam que essa regra variável tende a não proliferar nessa região.
(b) O capítulo de Amanda Berce (UFPR) e Igor Ferreira Strongenski (UFPR) trata do uso de conjunções em dados de Curitiba (amostra Varsul). Estudam, em conjunto, conjunções coordenativas e subordinativas, em uma pequena amostra de quatro entrevistas, e constatam alterações no uso, a exemplo de posto que com função casual. Pretendem continuar o estudo em amostra de várias gerações que permita uma visão mais abrangente do fato em estudo.
(c) O capítulo de Marcos Goldnadel (UFRGS) e Gabriel de Ávila Othero (UFRGS) versa sobre sujeito pronominal anafórico e orações de dupla negação em sua relação com o sujeito nulo. Com um levantamento de dados de diferentes estudos sobre o tema, constatam que há redução no uso do sujeito nulo em estudos mais recentes.
(d) O capítulo de Marco Antônio Martins (UFSC/CNPq) e Valter Pereira Romano (UFSC) diz respeito a pronomes de tratamento, você, lhe, te, tu, ti, com a intenção de fazer uma cartografia. Detêm-se em cartas escritas nos séculos XIX e XX, levantando interessantes questões a serem discutidas na linha da Gramática Histórica ou Dialetologia.
(e) O capítulo de Odete Menon (UFPR/UTFPR/CNPq) aborda nomes de classes de palavras que foram tomando várias formas no decorrer dos tempos. O texto centraliza-se nos diferentes comos  provenientes do latim quomodo, quase nunca correspondendo a um quomodo latino. Descreve sua história, fartamente documentada, incluindo a Bíblia Sagrada, redação em português, cantigas de amor do Cancioneiro da Ajuda e outros.
 
 3 – Contato linguístico
(a) O capítulo de Ana Lívia Agostinho (UFSC) diz respeito ao contato linguístico no Golfo da Guiné: o caso do lung’le, língua crioula do português. Com o português como língua oficial, um grupo de professores e alunos se uniu com a intenção de revitalizar a língua da sua identidade, valendo-se de recursos linguísticos, construção de um dicionário e realização de curso sobre o crioulo. Trata-se de uma história sociocultural de timbre linguístico.
b) O capítulo de Loremi Loregian-Penkal (Unicentro), Marizete Bortolanza Spessatto (IFSE) e Izete Lehmkuhl Coelho (UFPR) aborda o contato linguístico do Veneto trazido por imigrantes italianos com foco no uso da vibrante substituída por tepe. Trabalham com dados da fala de estudantes do Ensino Fundamental e onze cartas publicadas em jornal de Chapecó. Tanto na fala como na escrita foram encontrados casos dessa substituição, índice de que essa variante ainda continua ativa.
4 – Socioliguística e ensino 
O capítulo de Isabel Monguilhott (UFSC) e Raquel Gomes Chaves (UFPEL) versa sobre o ensino de gramática na perspectiva da variação linguística com foco na concordância verbal de terceira pessoa do plural. Salientam a necessidade de levar o aluno a refletir sobre sua própria fala.
 
Sobre a Organizadora: Cláudia Regina Brescancini é Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina. Realizou estágio pós-doutoral no Language and Linguistic Department da University of York, Inglaterra. É professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS, onde desenvolve pesquisas na área de Sociolinguística, com ênfase em Sociofonética. É bolsista de produtividade do CNPq. É membro do Projeto Varsul (Variação Linguística na Região Sul do Brasil) desde 2005 e do Laboratório de Áudio e Fonética Acústica (LAFA) da Escola Politécnica da PUCRS desde 2006. Coordenou o GT de Sociolinguística da ANPOLL entre julho de 2014 e julho de 2018 e o Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS entre abril de 2017 e junho de 2021.