Topografias da Solidão

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Autor: Guilherme Azambuja Castro
 
Sinopse: Santa Vitória do Palmar, na fronteira com Uruguai, é cenário e personagem dos contos de Guilherme Azambuja Castro. A “topografia” da região, cuja “aura” o autor delineia e descreve, é o entre-lugar entre o sentido e o vivido, matéria que a memória do escritor fecunda pela vertente da literatura. Ali está a cidade, no espaço intermediário entre as terras de Portugal e Espanha. São os “Campos Neutrais”, sua natureza cármica e seus desdobramentos transpostos para o plano da ficção. Binho, personagem dos primeiros contos deste livro, é uma espécie de “alter ego” do escritor que, como ele, nasce e cresce na cidade, junto à campanha. Não se trata mais da campanha idílica do século XIX, cantada pelos regionalistas e louvada por seus mitos; tampouco é o espaço heroico em que as guerras fronteiriças assegurávamos vencedores a construção e o domínio do “nacional”, reforçando seu pertencimento. É a vida provinciana e difícil da cidade que os contos contemplam, o desdobramento de questões sociais que afetam os habitantes na transição dolorosa entre um período de vida construtivo e a dissolução de projetos e sonhos. O tempo é aquele em que as estâncias cedem lugar ao agronegócio, então incerto e muitas vezes desastroso. Binho cresce junto à família num tempo de calmaria, presságio da tormenta. Suas relações afetivas são marcadas pela aceitação que beira o desamparo, no horizonte escasso de uma vida sem sonhos. Por detrás de sua narrativa pesa o empobrecimento dos antigos proprietários de terras que, dividindo-se entre o campo e a cidade, são devorados pela crueldade capitalista. Endividamento, falência dos negócios, perda inevitável dos bens familiares alimentam o medo e a desesperança pelas graves transformações sociais que acarretam. O personagem narra e testemunha esses acontecimentos. E é bom lembrar que os escritores devem dar voz a quem não tem. Contista hábil e experiente, Guilherme ficcionaliza histórias de vidas privadas. Os contos finais do livro acentuam a visão do protagonista, seu crescimento, os desafios, as experiências de viagens e os retornos. A família está sempre presente nessa zona híbrida entre o Brasil e o Uruguai, metáfora sensível que se desdobra em ambíguos sentimentos. Binho vive um espaço intermediário, “campo neutral”, parte de um mundo que se corrói a cada dia. Dividido entre a busca pelo amor do pai, a infância de menino sensível e a presença singular da avó, quase mito de origem, o narrador desvela aos poucos o quadro sombrio de um modo de vida já falimentar. Ao fazê-lo, com a beleza de sua escrita e a sensibilidade de sua percepção, o escritor reata as “pontas” da vida e recebe a empatia e a solidariedade dos leitores. Basta ler para constatar.

Sobre o autor: Guilherme Azambuja Castro (Santa Vitória do Palmar/RS) é formado em Direito e doutor em Escrita Criativa pela PUCRS. Publicou em coletâneas de contos e em revistas literárias. Foi vencedor do 21º Concurso de Contos Luiz Vilela (2011). Em 2014 foi finalista do Prêmio SESC de Literatura na categoria Contos. Foi vencedor do Prêmio CEPE de Literatura, categoria Contos, em 2015. Seu primeiro livro, O amor que não sentimos e outros contos, foi publicado pela editora CEPE em abril de 2016, e foi finalista do Prêmio Açorianos de Literatura.

DADOS DO PRODUTO

título: Topografias da Solidão
autor: Guilherme Azambuja Castro
isbn: 9786557780879
idioma: Português 
encadernação: Brochura
formato: 14 x 21
páginas: 146
ano de edição: 2022
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