Título completo: Mulheres contra a ditadura: escrever é (também) uma forma de resistência
Autora: Eurídice Figueiredo
Sinopse: A ditadura deixou um campo minado no Brasil e as bombas continuam explodindo, sob as mais variadas formas. A repressão de ontem reverbera até os dias de hoje. Escrever é um ato de resistência e a força da escrita poética reside no seu caráter transgressivo. Às vezes, é preciso chocar para abalar os alicerces da inércia do conservadorismo. Ao escrever sobre a ditadura, nós testemunhamos em nome dos mortos, fantasmas com os quais conversamos, visando a falar para os mais jovens, as crianças ou os nem nascidos. Para que eles conheçam a nossa história. Receber e transmitir as vozes que não puderam falar imediatamente, pela dificuldade de se expor, ou as vozes das novas gerações, que se posicionam nessa corrente de mulheres combativas, este é um gesto de hospitalidade.
"Este é um livro necessário. Não só porque alguns querem que esqueçamos a ditadura, que nos calemos quando um torturador é exaltado, ou quando um novo golpe de Estado é arquitetado e levado às ruas. Este é um livro necessário porque, sem o registro do que aconteceu e de como resistimos, o barulho que eles fazem pode se sobrepor à memória daqueles tempos.
Alguém disse que um arquivo não é o lugar onde guardamos informações, mas onde as encontramos. Este livro pretende ser este lugar. São inúmeras gavetas, que abrigam várias histórias. Histórias de mulheres que lutaram, que foram perseguidas, torturadas, que tiveram que fugir do país, ou mesmo que foram assassinadas.
Algumas estiveram lá, e continuam presentes como elos de resistência até hoje. Enquanto a autora discute suas biografias e autobiografias, vamos sendo apresentados a cada uma delas. Em um segundo momento, somos convidados a conhecer outras mulheres, ficcionais, que habitam romances e contos – expandindo as experiências possíveis em um tempo sombrio.
E assim temos um amplo painel da produção literária de autoria feminina sobre a ditadura, desde a década de 1970 até os dias de hoje, percorrendo diferentes perspectivas, temáticas e estilos.
Eurídice Figueiredo vem compondo, nos últimos anos, um importante conjunto de interpretações sobre a literatura contemporânea, abordando desde a crítica feminista até o gênero autobiográfico, passando ainda por uma leitura abrangente da representação ficcional da ditadura. Aqui, há uma confluência de todos esses estudos, a partir de uma leitura cuidadosa dos textos produzidos por mulheres, permitindo uma compreensão mais aprofundada tanto do momento histórico quanto das possibilidades da literatura de reinterpretá-lo."
- Regina Dalcastagnè
Sobre a autora: Doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988), atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF). Publicou A nebulosa do (auto)biográfico: vidas vividas, vidas escritas (Zouk, 2022), Janelas para o mundo; literatura comparada ou autores estrangeiros que você precisa conhecer (com Anna Faedrich, EdUFF, 2022), Por uma crítica feminista: leituras transversais de escritoras brasileiras (Zouk, 2020), A literatura como arquivo da ditadura brasileira (7letras, 2017), Mulheres ao espelho: autobiografia, ficção e autoficção (EdUERJ, 2013), Representações de etnicidade: perspectivas interamericanas de literatura e cultura (7Letras, 2010), Construção de identidades pós-coloniais na literatura antilhana (EdUFF, 1998), além de artigos em obras coletivas e revistas nacionais e internacionais. Organizou vários livros e números de revistas. Foi pesquisadora do CNPq de 1993 a 2023.
Veja também:
A nebulosa do (auto)biográfico
Por uma crítica feminista
DADOS DO PRODUTO
título: Mulheres contra a ditadura: escrever é (também) uma forma de resistência
autora: Eurídice Figueiredo
isbn: 9786557781xxx
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 26 x 23
páginas: ??
ano de edição: 2024
edição: 1ª